A ACP ajuda pessoas com depressão?
- Psicóloga Eliete Sergina de Sousa
- 27 de jun. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de out. de 2021

O psicólogo que trabalha com a ACP é aquele profissional que considera que chega para ele, no consultório, uma pessoa inteira e de maneira alguma um diagnóstico ou um conjunto de sintomas. Não recebo um ansioso, um depressivo, um bipolar. Recebo uma pessoa. E é isto que me importa.
Quando alguém com depressão senta a minha frente, meu interesse será saber como é a depressão daquela pessoa. O que a faz sofrer? Como sofre? O que a dificulta de crescer?
Que recursos ela tem para enfrentá-los? Se não tem recursos, ajudo ela, a medida que fala do seus problemas, a ampliar esse lugar, para então ser capaz de se auto descobrir.
Fico muito interessada em saber como está funcionando a intencionalidade dessa pessoa.
Como são alguns vértices na sua vida e como que alguns funcionam bem e outras não. O que está bloqueando o potencial criativo dessa pessoa. Como é a experiência dessa pessoa. O que ela sente, ou sentiu nessas experiência. Fico interessada por esses dados, por esses vividos que são dela e que fazem ela ser quem ela é. Do jeito que é.
Um terapeuta interessado em saber como a pessoa mergulha na sua realidade. Se mais, se menos, se raso, se profundo. Mas para isso, eu enquanto terapeuta terei que me autorizar para mergulhar neste lugar que não é meu.
Faço isto porque sei que cada pessoa é única, então não terá outra pessoa, além dela, que possa melhor expressar quem ela é. Logo, boa parte do meu papel é facilitar a essa pessoa o acesso em si mesma.
O psicoterapeuta que trabalha com essa abordagem busca compreender a pessoa e busca ajudar essa pessoa a encontrar a sua própria cura, porque não será eu a lhe dar a cura. Ela já
possui. O que pode ter acontecido foi ela ter parado de acreditar nessa cura, porque não sabe mais da sua existência, porque por muito tempo vem delegando isso aos outros.
A pessoa sabe o que é melhor para ela. A realidade subjetiva que ela viveu vai apontar quais
estratégias que ela pode ter, para sair da situação que se encontra naquele momento. O terapeuta acolhe essas capacidades e respeita. Porque afinal é dela a dignidade de ser
compreendida e considerada.
Importante deixar claro que o psicólogo que trabalha com ACP não está interessado sobre diagnóstico, sobre sintomas. A diferença está em dizer que não vou "tratar" um paciente deprimido. Estou recebendo uma pessoa, que pode até vir com o quadro de depressão, mas que isto será somente um indicativo para ter uma ideia sobre um ponto dela. A medida que ela trás as experiências, a história, vou mergulhando nesses lugares e vou compreendendo a dinâmica de funcionamento desta pessoa. Mas não para aí. A pessoa terá que, reconhecer-se, se descobrir. Isto acontece devagar, para de pouco em pouco garantir a integridade e manutenção do seu eu, sem ocasionar tensões que possam bloquear este encontro com ela mesma.
Até a próxima!!
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Colunista:
Eliete Sergina de Sousa CRP 12/09352
Psicóloga Centrada na Pessoa
Instagram: @psicologaelietesergina
*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.
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