Comunicação
- Psicóloga Eliete Sergina de Sousa
- 13 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de dez. de 2020

Você provavelmente já tenha passado por uma conversa com alguém e, ao final, ficar com aquela sensação confusa de que não foi escutado e, que não conseguiu comunicar o que de fato estava acontecendo com você naquele momento da conversa.
Quando você se comunica, seja de forma verbal (por meio da fala), ou não verbal (por meio de comportamentos, como por exemplo, movimentos faciais), está tentando expressar uma mensagem, que por vezes, nem para você essa mensagem está clara. Encontra dificuldades, dependendo do assunto, para dizer a outra pessoa o que quer; o que está sentindo; pensando e acontecendo com você ou com alguém.
Se a conversa for com alguém interessado em compreender o que você quer comunicar, poderá aos poucos ir desbravando palavras, organizando ideias e chegar numa conversa da qual te dê aquela sensação: Ufa!!! Foi difícil, mas sinto que eu consegui dizer o que eu queria e sinto que fui ouvido. Fica com aquela sensação boa de ter sido aceito ao falar, de ter sido respeitado na sua singularidade, perante seus sentimentos e sente uma vontade enorme de conversar mais com essa pessoa, que se propôs a abrir-se para te escutar, a se conectar com você.
Agora, se a conversa for com alguém da qual nem esperou que você dissesse por completo o que precisava e, já foi logo cortando você; julgou seu modo de se expressar; julgou sua experiência, mesmo que para você ela tenha sido ruim. Você até já sabia disso: que pisou na bola, fez errado, mas poxa, mesmo assim!!! Você quis dividir com essa pessoa a sua experiência e que acabou por ter sido desvalidado. Julgando. Condenando!! Teve até que escutar algo do tipo: “não é bem assim, você está errado neste modo de pensar. Que ridículo isto que você está me contando, que mau você ter feito isso!!!” Enfim, você recebeu uma enxurrada de reprovações que se pudesse, pegava todas aquelas palavras de volta e trazia para dentro de você, e lacrava elas bem escondidinhas e se calava para sempre.
Pois é!! Você que leu isto que eu escrevo até aqui, ou já viveu algo parecido ou já pode ter sido este interlocutor que ouviu ao seu modo, vou dizer que:
Aprender a se comunicar, a escutar é um exercício para promoção de relações saudáveis. Sim a Escutar, pois é completamente diferente de ouvir, porque o primeiro denota ficar atendo ao significado que a fala, a mensagem presente no ato de comunicar-se traz. Enquanto a segunda forma de se comunicar, é capitar apenas a semântica e comunicar ao outro o que chegou de mensagem ao seu ouvido, que por vocês é um ouvir por ouvir, de modo até interpretativo e não compreensivo.
Escutar é isto:
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se interessar para além da fala da outra pessoa. É ficar atendo ao que essa pessoa diz e ir comunicando a ela, por meio da fala verbal ou não verbal que você está interessado nela. As vezes o que a pessoa quer é poder falar e você escutar, sem precisar dizer algo o tempo todo. Não estou dizendo que ficará num comportamento indiferente com essa pessoa, do tipo ela falando e você mexendo no seu celular. Não é isto!! É ficar com ela de forma ativa. Enquanto ela fala você se inclina para ela, olha nos olhos dela. Se precisar fazer algo no momento, diga a ela: continuei a falar que eu estou te escutando.
Vale também dizer que este é um exercício de escuta empática, então pode ser que você tende, e sua performance não seja tão acolhedora a primeira vez. Mas se disponha a continuar esse exercício, pois com toda certeza essa é uma forma de criarmos relações mais respeitosas com as outras pessoas e com nós mesmos. Uma forma digna de muito respeito para o outro humano assim como você.
Até a próxima!!
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Colunista:
Eliete Sergina de Sousa CRP 12/09352
Psicóloga (Unisul)/SC / Terapeuta Centrada na Pessoa (Espaço Viver/SC)
Instagram: @psicologaelietesergina
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