Experiência Organísmica
- Psicóloga Eliete Sergina de Sousa
- 5 de abr. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de out. de 2021
“Todo indivíduo existe num mundo de experiências em constante mutação, do qual ele é o centro”.
Com esta frase Rogers me reaviva reflexões sobre os caminhos que os clientes em psicoterapia realizam, que por vezes nem tomam nota, porque o organismo está o tempo todo experimentando coisas, situações, emoções, que nem sempre são percebidas, ou porque o indivíduo nunca teve contato ou porque de alguma forma se distanciou delas para continuar numa realidade possível.
A sacada disso é você saber da existência de um movimento interno que existe em cada um de nós e acreditar nisso. Que ele existe independente no nível de controle do cliente. Este controle irá ditar as regras de como vai conectar-se com a experiência organismica, através de sensações e percepções, sobre o que já viveu ou daquilo que está vivendo no aqui e agora.
À medida que o cliente conseguir entrar em contato com esse movimento, e quanto mais fizer isto, sentindo os reflexos dessas experiências no seu organismo (por meio do corpo, da mente, e das emoções), mesmo que minimizado, um canal de acesso a este lugar vai sendo criado. a ponto de o cliente conseguir comunicar isto a você.
Podendo dizer que sente algo que é novo, nunca percebido.
O não acesso as experiências do organismo ocorrem porque a pessoa, sem notar, repete formatos que já automatizaram em seu comportamento, e isto o coloca num marasmo, numa rotina de sensações viciadas e viciantes de que nada muda no seu campo perceptivo.
A terapia promove abertura para esses canais, possibilitando acesso a novas sensações, caminhos e rotas.
Quando uma pessoa se propõe a se desafiar, ela criará para seu organismo novas necessidades, podendo com isto explorar seus sentidos. A consciência, como é dita por Antônio Damásio, consiste num estado mental atuante, de vigília e de um self, tendo este o papel de simbolizar nossas experiências.
Enquanto escrevo este texto e paro para sentir minha coluna na cadeira é que me dou conta que preciso arrumar minha postura. Assim, acontece com muitas das experiências, só é percebida quando se torna figura, quando é vista, ouvida, tocada, cheirada ou saboreada. São sensações sensoriais e viscerais que serão por cada pessoa representada, seja de forma analógica ou simbólica.
Então retomo a frase acima de Rogers: é somente o indivíduo que sabe o que sente, nenhum outro poderá descrever. O mundo interno de cada ser é seu campo privado de uma forma completa e autêntica. Ninguém, mas ninguém poderá acessá-lo. Você poderá atuar como um facilitador.
Até a próxima!!
___________________
Colunista:
Eliete Sergina de Sousa CRP 12/09352
Psicóloga Centrada na Pessoa
Instagram: @psicologaelietesergina
*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.
Gostou deste conteúdo? Comente aqui embaixo e Compartilhe nas suas redes sociais!
Comments