Terapia de Casal: Crenças que você precisa descontruir!!
- Psicóloga Eliete Sergina de Sousa
- 29 de mar. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de out. de 2021

Em minha experiência como terapeuta de casal tenho observado a presença de algumas crenças que acompanham os cônjuges, seja antes ou durante a terapia, que precisam ser descontruídas ou reformuladas, para que haja uma maior clareza do que é a terapia e os benefícios que ela propõe.
1. A crença de que buscar terapia de casal é para o terapeuta salvar o casamento.
Ou o contrário disto,
2. De quem faz terapia de casal, separa.
Acontece que essas são crenças que atrapalham o processo terapêutico.
- A primeira ocupa um lugar de que somente o fato de você ir a terapia já estaria garantido que seu casamento estará salvo. E isto não é verdade!!!
- A segunda diz muito sobre as resistências que as pessoas tem em ir à terapia de casal. Resistem a ter que admitir os fracassos, a ter que olhar para si, a se propor realizar mudanças, aos medos que envolvem o desconhecido e tantas outras resistências.
É certo que a busca pela terapia já é um passo importante na direção da cura da sua relação, mas somente isto não basta. Na terapia além de precisar haver uma frequência nos encontros, pois nada adianta você fazer somente uma consulta e achar que ao terminar a sessão tudo ficará bem na sua relação, você também vai precisar se comprometer com o processo, o que significa estar presente para além de uma presença física. Isto aparece para mim quando escuto: minha esposa/companheira/namorada quer que eu venha, então estou aqui!!
Ocorre que não vai ser eficaz a terapia se não houver envolvimento.
Quando eu falo de envolvimento é estar disponível para olhar para a relação; para erros e acertos; para assumir o lugar de cada um na relação, e poder perceber as responsabilidades de cada um; de olhar para as expectativas; é momento de rever contratos e ver o que é possível para cada uma das partes; é aprender a ter uma comunicação mais respeitosa e efetiva; é aprender a se escutar a si e ao outro.
Então a terapia é um espaço para que o casal conversar sobre coisas difíceis que sozinhos não estão conseguindo. O terapeuta será a pessoa que vai ser um mediador nessa conversa. Às vezes o terapeuta vai solicitar que uma fale de cada vez no exercício do respeito mútuo, no intuito que o casal perceba que se falarem ao mesmo tempo não vai ser possível a escuta e nem tão pouco que o terapeuta os escute.
Você que lê este texto agora e, que, vem encontrando dificuldades de comunicação, onde vocês ficam com falas sobre falas; em que não sente ser escutado ou escutada, se proponha a fazer um exercício:
Diante de um impasse, discussões, ou outro conflito onde o diálogo respeitoso não está sendo possível, pare e se proponham a ficar de frente um para o outro. Falar um para o outro sabe? olho no olho. Isto ajuda muito!!!
Nada de falar de costas; de falar quando um está num cômodo e o outro em outro cômodo; de falar naqueles momentos com mais pessoas no mesmo ambiente.
Usar desta estratégia auxilia o casal, aos poucos na conversa, a diminuírem os ataques, falas de culpabilização, cobranças que nada ajudam na resolução do conflito e abre um espaço genuíno e transformador, mais pacificador.
Um lugar tranquilo e seguro para conversarem será sempre o mais indicado. A terapia te propõe este lugar com a presença do terapeuta.
Um lugar livre de julgamentos, acolhedor, confiável para manter o sigilo e na presença de um profissional com habilidades para fazer as mediações na comunicação do casal.
Consegue perceber que não é só vir a terapia e tudo estará resolvido na sua relação?
Um exemplo disto que escrevo de como pode ocorrer na terapia, está no diálogo abaixo:
Marido: Ontem eu não gostei do que ela disse e eu saí e bati a porta.
Esposa: Então doutora, tá vendo o que ele faz? É sempre assim.
Quando o cliente faz uma fala como esta do exemplo acima, eu faço o convite para falarem isto um para o outro e não para mim. E, numa conversa como esta eu peço, também, que possam dizer como se sentem ao falar disto. Fazendo deste modo, ocorre uma reestruturação na comunicação, em que ambos podem falar e ser escutado, além de promover uma atmosfera harmônica para o casal.
Até a próxima!!
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Colunista:
Eliete Sergina de Sousa CRP 12/09352
Psicóloga Centrada na Pessoa
Instagram: @psicologaelietesergina
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